Guerra e Paz

Os painéis pintados por Candido Portinari para a sede da ONU, nos Estados Unidos, voltaram ao Brasil para restauro e para uma itinerância com coordenação museológica da Expomus, junto ao Projeto Portinari.

Candido Portinari foi um dos maiores pintores brasileiros e era completamente apaixonado pelo que fazia. Sua morte, no entanto, ocorreu devido a uma intoxicação causada pelas tintas que usava em suas obras. Na mesma época em que os médicos o proibiram de pintar, com o intuito de frear o processo de envenenamento, Portinari recebeu a encomenda dos painéis Guerra e Paz, que seriam entregues à Organização das Nações Unidas (ONU) como presente do governo brasileiro.

Em 1950, Portinari iniciou os estudos preparatórios dos painéis no auditório dos estúdios da hoje extinta TV Tupi. Por quatro anos, fez cerca de 180 esboços e maquetes até iniciar efetivamente a pintura. Após nove meses pincelando cada centímetro das duas telas monumentais de 14 metros de altura e 10 de metros de largura, em 1956 o maior trabalho de toda a vida do pintor foi concluído e entregue ao Ministro das Relações Exteriores Macedo Soares para a doação à ONU, em Nova York.

Os painéis Guerra e Paz foram instalados no hall de entrada da sala da Assembleia Geral, em 1957, o espaço mais importante da sede da ONU.

O Projeto Portinari sempre sonhou em expor os painéis ao grande público e, em 2007, com a divulgação de uma reforma no edifício da ONU, esse desejo tornou-se possível. 

Em 2010, os painéis foram trazidos ao Brasil e apresentados no Theatro Municipal do Rio de Janeiro, reunindo mais de 40 mil pessoas nos primeiros dias de exposição. No início do ano seguinte, ainda na cidade carioca, foi montado um ateliê de restauração aberto ao público no Salão de Exposições do Palácio Gustavo Capanema, o que permitiu que mais de 7 mil pessoas observassem as intervenções para a preservação das obras, realizadas por restauradores brasileiros. Esse trabalho de restauração possibilitou a documentação científica dos painéis.

Após esta etapa, iniciou-se a itinerância dos painéis e dos estudos preparatórios numa exposição apresentada primeiramente em São Paulo, no Memorial da América Latina, recebendo cerca de 200 mil visitantes. No mesmo ano, esta foi eleita a Melhor Exposição de 2012 pela Associação Brasileira de Críticos de Arte e ganhou o Prêmio Aberje – São Paulo 2012, além de ser indicada à Melhor Exposição em 2012 pelos jornais Folha de São Paulo e Estado de São Paulo.

Em 2013, painéis e estudos seguiram para Belo Horizonte e puderam ser visitados no Cine Theatro Brasil Vallourec. A exposição foi considerada pela revista Veja BH como a melhor da temporada na cidade, vista por mais de 80 mil pessoas.

Em 2014, a exposição foi exibida pela primeira vez na Europa, de 7 de maio a 9 junho, no Salão de Honra do Grand Palais de Paris, na França. Ali foram exibidos 37 estudos preparatórios do artista, entre desenhos e pinturas. Após essa exibição, a itinerância terminou com a devolução de Guerra e Paz à sede da ONU, em um grande evento intitulado The Second Unveiling.

Todo o projeto de coordenação museológica foi realizado pela Expomus, juntamente com o Projeto Portinari, com o intuito de trazer ao público uma oportunidade única de conhecer de perto a obra-prima desse grande artista brasileiro.

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