
Móveis, utensílios domésticos, ferramentas de trabalho, fotografias e materiais gráficos. Estes são alguns dos objetos escolhidos ao longo de seis décadas pela dupla de colecionadores Calito e Tina. Apresentados na exposição Design e cotidiano na coleção Azevedo Moura, realizada pelo Museu do Ipiranga entre maio e setembro de 2025, o conjunto valoriza a produção manual e os vínculos afetivos com objetos do dia a dia.
Com coordenação museológica e produção da Expomus e curadoria da historiadora de design Adélia Borges, o projeto reuniu 930 itens adquiridos ao longo de décadas, desde meados de 1960, nos estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná, produzidos por imigrantes europeus no sul do Brasil entre a segunda metade do século 19 e o início do século 20.
A coleção representa o imaginário social e o dia a dia de imigrantes alemães e italianos e revelam aspectos pessoais do universo doméstico de pessoas que buscavam construir uma nova vida. As obras conjugam as lembranças, as técnicas e os costumes trazidos pelos imigrantes de sua terra natal, de um lado, e as condições e materiais que encontraram na terra de adoção, de outro.
Dividida em dez núcleos temáticos e uma sala de vídeo, a exposição foi pensada para enfatizar a beleza e o design de peças que não foram criadas para a elite, mas sim para pessoas comuns, que contribuíram com a formação de uma memória coletiva baseada em trocas culturais. Ao entrar em contato com a coleção, o público poderá reconhecer elementos que talvez façam parte de suas próprias histórias. Essa identificação acontece porque, por ser cotidiano, o acervo pode ganhar significados pessoais para cada visitante.
Uma parte da coleção foi apresentada na mostra Artefatos do Sul – Legados da Imigração Alemã e Italiana, realizada em 2024, em Porto Alegre, em celebração aos 200 anos da imigração alemã no Rio Grande do Sul e aos 150 anos da imigração italiana no Brasil. A exposição teve seu encerramento antecipado devido às enchentes que atingiram o estado.
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